preguiça ela dizia. todo dia uma vontade de nada. não fazia muito porque não queria. sua rotina era acordar, ver tv, comer, talvez acessar a internet, talvez ligar para alguém. não se preocupava muito com dinheiro porque no conforto do seu lar isso não era problema. de algum jeito a comida chegava à seu prato e a roupa limpa estava sempre à disposição. ela não sabia. nem se preocupava muito em saber. não se perguntava. nunca. a vida parecia ser isso mesmo, então pra que arriscar-se? ela ia vivendo sem se perguntar sobre o sentido das coisas.
um dia acordou com um enorme buraco no estômago. um vazio impreenchível. nada mais tinha sentido. sentia muita vontade de chorar. sem sentido. bebia mas tinha sede, comia mas ainda tinha fome. passou então a questionar-se e aos poucos foi descobrindo uma infinidade de coisas que não sabia sobre si mesma. descobriu que sentido não há, mas existe o ar e o mundo ao seu redor e tudo mais com o quê ele pode surpreender-la. surpreendeu-se...
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