sem controle

o que você pensa que você é, o que as pessoas pensam que você é, o que você pensa que as pessoas pensam que você é, e o que você é de fato. para interagir com o resto dos seres humanos criamos certos códigos de conduta, para se aproximar das pessoas que pensamos gostar. algumas delas gostam de coisas que você não gosta, mas você não liga porque ela gosta de outras coisas que você também gosta e tudo bem. encontrar esta pessoa, estar a seu lado, conversar com ela é muito bom, de alguma forma, aquele encontro te traz coisas boas, ou diferentes e que é gostoso sentir. quando dizemos que sentimos falta de alguém, é meio como que dizer que sentimos falta daquela sensação prazerosa que sentimos quando estamos do lado dela. algumas relações conseguem preservar esta sensação, essa vontade de interagir. outras infelizmente não. as situações da vida, as escolhas, ou mesmo outras pessoas, podem causar um desconforto que não é bom de sentir. dá aquela vontade de fugir sem motivo e nunca mais ter ou dar notícias. essas relações são as que a distância alimenta de uma maneira muito mais sadia. parece meio difícil de explicar, mas é porque é difícil de sentir mesmo. estar viva é sentir, e isso às vezes me dói. mas o exercício de observação da vida é que é muito gratificante pra mim, me faz senti-la em cada segundo de seu tempo, com suas dores, alegrias, e sem medo. tudo que sei é que estou solta no espaço sem controle, e que as minhas pequenas escolhas diárias me guiam nesta jornada.